Desde que o mundo é mundo, nós mulheres realizamos a maior
parte (ou total) do trabalho doméstico. Todo esforço no cuidado com as crianças
e idosos, tudo que se refere a âmbito familiar, todas as atividades não remuneradas
ficam sob nossa responsabilidade, nossa incumbência. E isso depois, de um
dia estressante de trabalho, se torna exaustivo.
Diante das medidas de isolamento, estamos, porque me incluo
no processo, nos sentindo sobrecarregadas, desorientadas. Fora da nossa rotina
normal de vida, não nos enxergamos, parece que não damos conta de mais nada,
nosso papel parece que mudou.
Hora de resignificar e isso não é um processo fácil, mas
possível.
Algumas mulheres em regime de home office, onde a busca em
equilibrar o trabalho remunerado com as milhares de tarefas da chamada jornada
dupla, contando com pouca ou nenhuma ajuda de companheiros e outros membros da
família, nos frustra, nos deixa ansiosas. Principalmente, quando filhos,
companheiros reclamam, nos cobram. Fora a preocupação e o cuidado com nossos
pais idosos e em alguns casos doentes.
Nós somos maioria em algumas das categorias profissionais
economicamente mais vulneráveis aos efeitos da pandemia, como faxineiras
diaristas. E, no sistema de saúde, estamos na linha de frente dos cuidados
prestados aos infectados pelo vírus, já que são ampla maioria na área de
enfermagem.
Diante desse tempo desafiador, precisamos ter a
capacidade de nos reinventar, de resignificar, aprender, de nos adaptar,
objetivando uma vida mais leve. Podemos pensar sobre nossas fragilidades e
nossa vida.
É tempo de usarmos esse momento para refletirmos sobre a
fragilidade da nossa família, sobre as prioridades que damos. Nossos filhos
estão crescendo e nossos pais envelhecendo, e isso rapidamente.
O tempo... fazer desse tempo um momento de avaliar nossa
vida, de reorganizar nossos planos e sonhos é primordial para uma retomada da
nossa vida em momento oportuno. Diante disso, podemos constatar o quanto
vencemos no nosso cotidiano, seja com ou em pandemia. Cuidamos e muitas vezes
nos anulamos.
Ser mulher é isso, vencer com as dificuldades, nossa casa e o
mundo depende disso. Sejamos fortes e otimistas, tudo isso passará e
teremos nossa vida de volta. E se Deus quiser uma vida diferente, consciente,
melhor, e muito mais feliz.
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