Essa semana em meio a
Pandemia, a morte de um adolescente de 14 anos, durante ação da polícia civil
no Complexo do Salgueiro no Rio de Janeiro, repercutiu e causou comoção entre
as redes sociais e demais meios de comunicação.
Mais um jovem negro
assassinado e isso tem acontecido desde sempre. E as desculpas dadas são as
mais variadas: relacionamento com
pessoas erradas, envolvimento com tráfico e crimes. E agora?
Era apenas um menino e
estava brincando dentro de sua casa quando foi atingido. Dentro de sua casa,
com sua família, onde estaria protegido. Mas não é bem assim.
O sofrimento das pessoas
que vivem nas periferias é intenso e dilacerador. Julgamentos da sociedade, que
não imaginam o que é viver a margem. Viver sem educação de qualidade, sem
acesso a saúde e ao saneamento básico, sem segurança pública, são
marginalizados e vivem da sorte, a mercê de qualquer situação absurda como
essa.
Pessoas que vivem nas
periferias, nas favelas, tem histórias como a minha, como a sua; tem uma
família como a minha, como a sua; deveriam ter as mesmas oportunidades, mas não
tem; deveriam ter seus direitos preservados, mas são violados. Deveriam, mas
não tem.
Racismo? Muitos insistem
que não, pois não refletem sobre a história. Quem está nas periferias? Na
grande maioria é o povo negro. Coincidência? Não, consequência de um processo
histórico, que nos marginaliza.
Os policiais não sabiam em
quem atirou, mas temos que ter a convicção que aquele espaço, reafirma e
denúncia constantemente a desigualdade social e o racismo estrutural, que faz
com que enxerguemos apenas uma ponta do iceberg.
Vidas negras importam,
vidas importam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário