domingo, 24 de maio de 2020

Racismo Estrutural X Segurança Pública







Essa semana em meio a Pandemia, a morte de um adolescente de 14 anos, durante ação da polícia civil no Complexo do Salgueiro no Rio de Janeiro, repercutiu e causou comoção entre as redes sociais e demais meios de comunicação.
Mais um jovem negro assassinado e isso tem acontecido desde sempre. E as desculpas dadas são as mais variadas:  relacionamento com pessoas erradas, envolvimento com tráfico e crimes. E agora?
Era apenas um menino e estava brincando dentro de sua casa quando foi atingido. Dentro de sua casa, com sua família, onde estaria protegido. Mas não é bem assim.
O sofrimento das pessoas que vivem nas periferias é intenso e dilacerador. Julgamentos da sociedade, que não imaginam o que é viver a margem. Viver sem educação de qualidade, sem acesso a saúde e ao saneamento básico, sem segurança pública, são marginalizados e vivem da sorte, a mercê de qualquer situação absurda como essa.
Pessoas que vivem nas periferias, nas favelas, tem histórias como a minha, como a sua; tem uma família como a minha, como a sua; deveriam ter as mesmas oportunidades, mas não tem; deveriam ter seus direitos preservados, mas são violados. Deveriam, mas não tem.
Racismo? Muitos insistem que não, pois não refletem sobre a história. Quem está nas periferias? Na grande maioria é o povo negro. Coincidência? Não, consequência de um processo histórico, que nos marginaliza.
Os policiais não sabiam em quem atirou, mas temos que ter a convicção que aquele espaço, reafirma e denúncia constantemente a desigualdade social e o racismo estrutural, que faz com que enxerguemos apenas uma ponta do iceberg.
Vidas negras importam, vidas importam.


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