Enfrentamos
ainda os efeitos do período colonial, ou seja, saímos das senzalas e
atualmente, estamos em favelas, comunidades, periferias, é nítido os
desequilíbrios sociais e econômicos que deixam a população negra no rodapé da
pirâmide social.
Em
tempos de crise de Pandemia, com milhões de trabalhadores e trabalhadoras
desempregados, a realidade fica ainda mais grave para negros e negras, já que
sofrem processo natural de exclusão mediante ao preconceito e ao racismo na
sociedade e no mercado de trabalho, sem contar os altos índices de violência de
todas formas imagináveis, física, psicológica, moral, institucional, a lista
fica imensa.
Nessa perspectiva, temos Políticas afirmativas que
são atos ou medidas especiais e temporárias, tomadas ou determinadas pelo
Estado, espontânea ou compulsoriamente, com os objetivos de eliminar
desigualdades historicamente acumuladas, garantir a igualdade de oportunidades
e tratamento, compensar perdas provocadas pela discriminação e marginalização.
Mas, só isso seria o suficiente para eliminar essa
desigualdade histórica? As Políticas
afirmativas são fundamentais para o processo, porém o Poder Público deve pensar
no acesso que a população negra tem as mesmas.
Não é novidade a questão da vulnerabilidade da grande parte
da população negra, que sem acesso à Educação de qualidade, a saúde, a
segurança pública (enquanto proteção do cidadão), moradia, saneamento básico
fica a margem da sociedade, sendo sua fala silenciada.
Fora do espaço de fala e de poder ficamos realmente esperando
que outros falem por nós, que outros lutem por nossos direitos, enfim que
tenham empatia com a causa. É emergente transformar essa realidade, atuando no
enfrentamento, denúncia e construção para uma efetiva garantia dos direitos
humanos a toda população negra.
Ser negro, sentir como negro, só sendo negro.